Redescobrindo a beleza nas cicatrizes da vida

2min de leitura

Tô sempre refletindo sobre como geralmente o olhar pra nós mesmas é mais duro e cheio de críticas, sobre como inseguranças muitas vezes descabidas martelam nas nossas cabeças.

A sessão de fotos da Sanny me fez pensar mais ainda sobre isso, mas pra contextualizar, a história começa antes do dia do ensaio. 

Marcamos uma conversa num café pra eu entender sobre o momento de vida dela, o que aquelas fotos representariam, como faríamos… uma conversa pré sessão, como geralmente faço nos ensaios femininos. 

A conversa foi fluindo, e em algum momento a Sanny se sentiu confortável o suficiente pra me contar coisas mais profundas sobre ela, incluindo uma cicatriz que ela tem decorrente de uma doença na infância, chamada espinha bífida.

Uma cicatriz que deixou um registro permanente de tudo que ela passou por conta dessa condição, e que ao invés de ser enxergada como uma marca que sempre a lembre como ela passou por tempos difíceis e superou, inclusive expectativas médicas, era motivo de vergonha.

Cada um tem seu processo sobre suas inseguranças, e quem sou eu pra levantar qualquer bandeira sobre isso; só fico pensando como a gente dá força pra essas inseguranças, quando elas, muitas vezes, são pequenas. De fora, enxergo a cicatriz como uma parte da pessoa, uma marca que representa um pedaço de uma história, e que não necessariamente precisa ser motivo de orgulho, mas que está longe de ser motivo de vergonha.

Numa manhã leve (apesar de mais um dia de conversas profundas), tivemos uma pessoa livre e tranquila, entendendo que sua cicatriz é mais uma das marcas singulares do corpo de uma mulher.

Resultado lindo com processo gratificante demais, o que mais eu poderia querer? É muito boa a experiência de ver como a fotografia pode trazer diferentes olhares e perspectivas na vida de alguém.

E mais uma vez, não acho que ninguém tem que sair passando por cima de inseguranças, exibindo partes do corpo ou ideias como forma de se reafirmar, só acho que muitas vezes damos mais importância do que deveríamos pras coisas erradas. 

Que a gente abrace nossas próprias cicatrizes (físicas e emocionais) e encontre significado em nossas experiências, porque, afinal, são elas que moldam quem somos.

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